sexta-feira, 20 de abril de 2007

A ancestral importância de ser visto


Meus caros. Quem quiser ficar na fotografia, passe para este lado da mesa.

quarta-feira, 18 de abril de 2007

Estas nem o vento as leva - Friedrich Nietzsche

A música oferece às paixões o meio de obter prazer delas.

segunda-feira, 16 de abril de 2007

O Bom Nome


É habitual, quando vemos um filme do qual já lemos o livro, dizermos que o último é melhor. Normalmente, a ideia surge-nos porque no livro absorvemos a história pela nossa própria versão, e não pela de um realizador, por mais meritória que esta seja. Só que muitas vezes o realizador, ou a pessoa que adapta a narrativa ao ecrã, conhece de perto não só a obra, como muitas vezes o próprio escritor e todas as suas vivências e sentimentos. Deve ser o caso de Mira Nair e Jhumpa Lahiri. A primeira pegou num texto notável escrito pela segunda, naquilo que a simplicidade tem de notável, e acresceu outros condimentos que fazem de "O Bom Nome" um filme que não devo esquecer tão cedo.

Ashoke e Ashima, casam de acordo com os conceitos indianos do matrimónio. Antes disso nem se conhecem. Mas não importa para o caso. Porque assim que largados em Nova York, rapidamente são um para o outro. E amam desde logo os seus filhos que nascem desenraizados a tudo o que é importante para eles. É então que se desenvolve toda a história centrada no filho mais velho. Sai de casa rejeitando o próprio nome e tudo o mais que os pais lhe deram. Volta mais tarde percebendo que já não pode viver sem isso.

Se facilmente a sociedade molda o nosso comportamento individual e formarmos a nossa personalidade à sua conveniência, mais para a frente na nossa vida, voltamos sempre ao lugar onde nos sentimos confortáveis – nós próprios. Seja em Nova York ou Calcutá.

E por muito boa capacidade que tenhamos em imaginar as personagens de acordo com a nossa versão, dificilmente nos ocorreria um Ashoke de olhar tão doce, ou uma Ashima tão perfeita.

terça-feira, 10 de abril de 2007

A Vaidade


"A vaidade é a mais devastadora, a mais universal e a mais inextirpável de todas as paixões que afligem a alma humana; e é ainda vaidade o querer negar o seu poder. É mais absorvente que o amor. Com a idade, podemos libertar-nos das garras deste, mas os anos não têm poder de arrancar-nos à tirania da vaidade. O tempo alivia as penas do amor, mas somente a morte pode curar as feridas angustiosas da vaidade. O amor é simples e não procura subterfúgios; a vaidade, porém , dissimula-se sob mil máscaras. É parte e parcela de toda a virtude; sem ela, não há coragem, como não há ambição. É ela que dá consistência aos amantes e impassibilidade aos estóicos. É ele que entretém no artista o desejo da da glória e compensa o homem honrado dos sacrifícios que a probidade lhe impõe. Mira-se até cinicamente, na humildade dos santos. Ninguém escapa ao seu domínio, e até no esforço que fazemos para nos libertarmos dela, acha sempre meio de nos atingir. Não é possível haver defesa, porque ignoramos o ponto fraco sobre qual vai desfechar-se o ataque. Nem a sinceridade protege contra os ardis da vaidade."

Somerset Maugham - O agente Britânico.

quinta-feira, 5 de abril de 2007

O Silêncio de Praga

Praga é como um banho de civilização. Mesmo com o nosso corpo, a climas do sul habituado, sentimos a cada saída do hotel, que vai valer a pena mergulhar mais uma vez no frio.


“O silêncio de Praga é mais uma presença que uma ausência. Os sons do tráfego, as vozes das ruas, os toques dos sinos e o bater de inúmeros relógios públicos, tudo ressoa contra a quietude dominante como se contra uma vidraça alta e clara ressoasse.”

Joohn Banville – Imagens de Praga


E se associar esta imagem ao “Silêncio de Praga” pode parecer paradoxal, na verdade não é. Mais uma vez o silêncio é uma presença. Como se toda a cidade velha se calasse, para ouvir o velho saxofonista.