segunda-feira, 4 de junho de 2007

Babel

Nos filmes, nas séries e nos livros deste início de século, reparei numa espécie de moda, um pensamento muito presente nos realizadores e escritores que hoje são mais badalados. Falo do exponencial impacto, das acções individuais.

Levá-lo ao absurdo, é a melhor forma de exprimir o conceito – “ O Bater de asas de uma borboleta na china, causa um furacão na América.” – The Butterfly Effect – a teoria do caos.

Sempre tivemos a consciência de que, com as nossas acções, influenciamos os outros, na forma como pensam ou como agem. Babel revela que num mundo globalizado, esse impacto atravessa todo o planeta. A simples venda de uma arma em Marrocos tem implicações dramáticas, em lugares desmedidamente distantes. Efeitos nefastos, filmados com a genialidade que González Iñárritu já tinha demonstrado em 21 gramas. Este realizador mexicano, volta com este filme ao modelo de histórias entrelaçadas, já usado em “Amores Perros”, antes da americanização.

O mundo ainda não segue um trilho que Aldous Huxley vaticinou, na década de 30. Os seus habitantes ainda não são gerados em laboratório e condicionados à nascença. Mas são influência intensa e permanente no comportamento dos outros. Como referiu o próprio Iñárritu – “Existe un momento preciso en el que cambia la vida de alguien”


2 comentários:

manhã disse...

Era para ir embora a meio do filme, quando a ama se perde no deserto! cansei-me daquilo e saí!

verde disse...

Adorei o filme e acredito no impacto das acções individuais sobre o todo que é a sociedade e o universo. Os físicos quanticos já provam esta realidade com base no facto de que tudo é energia e que a energia individual se propaga para o exterior afectando-o. A ideia é a de que, no limite, tudo é energia, mesmo o homem . As suas acções (e ainda mais incrível, os seus pensamentos) geram uma corrente de energia que, via lei da atracção, afectam o universo e retornam a quem a gera. É interessante esta forma de ver o mundo.

Quanto ao Aldous Huxley...era uma espécia de profeta pessimista, senão olhe-se para o "admirável mundo novo" e veja-se a actualidade de alguns conceitos que na altura pareciam totalmente impossíveis e hoje existem! ;)