quarta-feira, 13 de junho de 2007

Chabon e Eugenides, para se ler no verão

Alguns escritores americanos de uma nova geração, têm sido muito bem sucedidos e premiados ao escreverem argumentos simples, com a História dos Estados Unidos como pano de fundo. Comprova esta ideia o Pulitzer para ficção de 2001 ganho pelo Michael Chabon com "As Espantosas Aventuras de Kavalier & Clay" e o de 2003 ganho pelo Jeffrey Eugenides com “Midlesex”. Não são leituras complexas ou exigentes. As narrativas são envolventes e viciantes, por seguirem permanentemente direcções que o leitor não espera.

"As Espantosas Aventuras de Kavalier & Clay", fala da época de ouro das bandas desenhadas. Nessa altura, os americanos assistiam a Segunda Guerra Mundial do lado de fora, apesar de já se ouvirem muitas vozes pró-intervenção, em especial na comunidade judaica de Nova York. Os “Super Heróis” da BD, combatiam os nazis, e poupavam o mundo desse flagelo. Quem mais prosperava com o sucesso comercial desses desenhos não eram os seus criadores, mas sim alguns editores que viam os volumes de vendas subirem para valores nunca atingidos pela “literatura convencional”. Neste caso, os criadores são dois primos de ascendência judia, um deles (Sam Clay) é nascido e criado em Brooklyn, o outro ( Joe Kavalier ) chega a Nova Iorque por força da invasão de Praga pelas tropas do terceiro reich. Inspirados na evasão de Kavalier, criam “ O Escapista”, personagem que no início da década de 40 rivaliza com o “Super Homem” no mercado das histórias aos quadradinhos.

“Middlesex”, de Jeffrey Eugenides, é das melhores coisas que li nos últimos anos. Pelo que pesquisei do autor, a personagem central, Cal Stephanides, assemelha-se em muitos aspectos ao seu criador. Excepto num pormenor que acaba por condimentar todo o romance – trata-se de um(a) hermafrodita. Ao entrar na adolescência começa a viver da pior forma os primeiros sintomas da sua “anormalidade”. O encantador enredo da família Stephanides, desde Desdémona (A avó de Cal) desenvolve-se ao longo de mais de quinhentas páginas, de pura competência escrita. Eugenides escreveu também “As Virgens Suicidas”, tão bem adaptado ao cinema por Sophia Coppola. É de contar que “Middlesex”, passe brevemente à tela.

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