domingo, 14 de dezembro de 2008
terça-feira, 17 de junho de 2008
Fealdade (Pedaços de Literatura)
domingo, 25 de maio de 2008
James McGee
A História é rica em diplomatas heróis que mudaram, e muitas vezes salvaram, a vida de muitas pessoas. Trabalham normalmente pela calada e fazem uso permanente de conhecimentos, influências e muito pragmatismo. Conseguem o que querem de tanto conhecer os buracos do regime. Mas há outros que desafiam de frente os tiranos. Como se esquecessem que vivem no território adverso.
Diplomacia no Zimbawe será diferente da que é feita entre o “glamour” das festas do primeiro mundo. Entre diplomatas com funções em países difíceis, escolhidos certamente muito pouco ao acaso, destacam-se alguns na coragem e perseverança.
Mugabe, depois de martelar resultados da primeira volta, começa agora a segunda, apresentando ao mundo novo herói. Chama-se James McGee, é ex-combatente da força aérea americana no Vietname e cometeu o hediondo crime de visitar no hospital as vítimas da violência em que resultou a primeira volta. Já foi ameaçado de expulsão por ingerência em assuntos internos do país. Os próximos dias dirão se faz as malas e volta para casa e para a reforma vitalícia, ou se fica e continua dignificar toda a humanidade.
sábado, 24 de maio de 2008
Eu, o Diabo (Pedaços de Literatura)
È claro que desconfio que vos preparais para acreditar no contrário de tudo aquilo que eu disser, visto que sou eu quem fala. Mas penso que sereis suficiente subtis para adivinhardes que o contrário do que eu digo nem sempre é verdade, e para pressentirdes todo o interesse do que eu possa dizer de sensato, mesmo que só lhe concedeis desconfiança. Afinal o meu nome, que aparece nada menos que cinquenta vezes no Corão venerável, é um dos mais citados ali.
(…)
Jurei então submeter sempre à prova a raça de Adão.
(…)
E Deus disse que enviaria para o inferno todos os que eu conseguir corromper.
È inútil dizer que mantive a minha palavra. Nesse aspecto não vejo que haja qualquer coisa a acrescentar. Há quem diga que nessa ocasião foi firmado um pacto entre Deus e eu. Por essa teoria eu seria de Deus um ministro de que ele se serve para por os homens à prova.
(…)
O que eu faço é muito importante, porque se todos fossem para o Paraíso, ninguém teria medo e o bem não bastaria para gerir os assuntos do mundo e dos Estados. Efectivamente, o mal é tão necessário como o bem, e o vício tão necessário como a virtude.
Orhan Pamuk – “O Meu Nome é Vermelho”
quinta-feira, 1 de maio de 2008
Camilo Pessanha
Tenho sonhos cruéis; n'alma doente
Sinto um vago receio prematuro.
Vou a medo na aresta do futuro,
Embebido em saudades do presente...
Saudades desta dor que em vão procuro
Do peito afugentar bem rudemente,
Devendo, ao desmaiar sobre o poente,
Cobrir-me o coração dum véu escuro!...
Porque a dor, esta falta d'harmonia,
Toda a luz desgrenhada que alumia
As almas doidamente, o céu d'agora,
Sem ela o coração é quase nada:
Um sol onde expirasse a madrugada,
Porque é só madrugada quando chora.
quarta-feira, 30 de abril de 2008
Maio de 68
Tenho alguma curiosidade em saber como será hoje o espírito académico. No meu tempo (1ª metade da década de 90), ainda se ouvia poesia no Pinguim Café na Rua da Cordoaria, e os copos ainda nos faziam cantar Zeca Afonso. Ainda assim esses tempos não mais foram que uma amostra dos de Coimbra da minha mãe ( o fruto na altura era proibido ) . Quem viveu, um bocadinho que fosse, o espírito académico, gosta de imaginar o que foi esse Maio que já faz quarenta anos.
sexta-feira, 25 de abril de 2008
25 Abril
Ainda hoje no Rádio Clube Português ouvi alguém dizer, acerca do carisma que os políticos da altura tinham e que os de hoje não têm, que advinha da "coragem" que na altura era uma "coragem" física. Hoje, democracia instalada, já não é preciso coragem física, apenas coragem intelectual, porque já não há exílios nem censura, nem polícia do estado. Aos que fizeram o "Abril de 74" resta-nos pelo menos lembrarmo-nos deles, pelo menos nesta data e, por maior obrigação, os que como eu, não viveram esse tempo.
terça-feira, 22 de abril de 2008
A turma de História
Os melhores momentos da leitura são quando deparamos com sentimentos e perspectivas que sempre julgamos serem particularmente nossas, e aí estão, escritos por alguém que não conhecemos e que provavelmente já morreu há muitos anos. Como se uma grande mão invisível pegasse na nossa mão e a fizesse escrever.
( Filme "The History Boys" baseado numa peça com o mesmo nome de Alan Bennet)
segunda-feira, 21 de abril de 2008
A vaca na sala de estar
Durão Barroso é daqueles políticos conhecidos por ter uma grande lata. Não se encolhe com muita facilidade. Só isso justifica ter montado um palanque junto aos “Senhores” do ocidente na cimeira das Lajes, expondo-se a tudo, até ao ridículo. Mas se como líder de um pequeno país é capaz de uma coisa dessas, imagine-se com toda a Europa comunitária a dar “corda”.
As opiniões de fora têm-lhe elogiado a firmeza nos dossiers ligados aos Biocombustiveis, mas nesta questão da China e os “Direitos Humanos”, há muitos mais observadores e comentadores, com a atenção virada para o presidente do Conselho Europeu.
Já anunciou que não pensa passar ao lado da temática. Vamos ver o que vai parir esta montanha.
sábado, 19 de abril de 2008
Amy
Os Mandantes
Mas num assunto tem o Menezes razão, ao acusar esses “mandantes” do terrorismo. Estar à espera que alguém se entale até 2009 para avançar, não é fazer política, é fazer politiquice. O que move essa gente não são as convicções, estão sempre à deriva de circunstâncias e cenários. Não são certamente homens, nem mulheres, de estado.
sexta-feira, 18 de abril de 2008
Vou mas é lá para cima inaugurar marginais até Espinho
Depois destes meses aos “beijinhos” às bases, Menezes optou agora pela estratégia de “terra queimada”:
- Tomem lá o partido, todo minado, no qual ninguém quer pegar antes das eleições de 2009, onde certamente, vamos levar no pêlo.
- Governem lá este PSD com o Pacheco Pereira, a escrever picadas de moscardo no blog.
- Fiquem também com a opiniões "domingueiras" do Marcelo, esse também não vai desenterrar a cabeça.
- Levem lá com o Rui Gomes da Silva, Ribau Esteves e Santana Lopes.
- Eu cá fico com o Marco António, que já mandou fazer cartões de Presidente da Câmara, mas vai levar outra vez comigo.
quinta-feira, 17 de abril de 2008
Ainda Bento XVI
É preciso uma coluna vertebral bem sedimentada, para um líder espiritual de uma fé com o tamanho da catolicismo, assumir a “vergonha” que alguns dos seus súbditos não tiveram. Recusar um jantar de gala ao Presidente dos Estados Unidos é recusar a opulência no país da opulência. São pequenas grandes coisas, mas os que, como eu, o criticam pela moral conservadora, devem-no louvar pela verticalidade.
terça-feira, 15 de abril de 2008
A Dúvida
A visita de Bento XVI aos Estados Unidos, relembrou o incómodo caso dos padres católicos norte-americanos. Bem a propósito, estreia depois de amanhã no S. João, uma peça escrita por John Patrick Shanley, dramaturgo com honras de Pulitzer. Nos anos 60, num colégio de Nova Iorque, recai sobre um padre ( Diogo Infante ), a suspeita de assédio sexual a uma criança. Mesmo negando, ele é acusado pela Madre Superiora ( Eunice Muños ). Depois de terem estado há mais de um ano no Maria Matos, vêm para o Porto. Quero ver se não perco.
segunda-feira, 14 de abril de 2008
Caso Fernanda Câncio - Será que lhe mandam fazer isto?
Estas nem o vento as leva - Winston Churchill
sábado, 12 de abril de 2008
Os dadores da Guada
Parece que um qualquer cacique da Guarda, pegou no nome de alguns (muitos) amigos, pô-los todos a morar no mesmo tecto, e martelou algumas (muitas) inscrições no PS da zona. Esta nossa política local cada vez atrai mais fruta podre. Daqui a uns anos estaremos a ver o tal “artista” em Lisboa, com Sol e Expresso a vascular o seu vasto acervo de cambalachos.
sexta-feira, 11 de abril de 2008
Major Tom
Ainda menino e moço mil vezes ouvi o “Space Oddity” e o “Ashes to Ashes” do Bowie. Mas como cantava marimbando-me para as letras ( desde que fosse parecido passava) só agora vim a reparar que o “Major Tom” perde o contacto com a terra na primeira e já é um “agarrado” na segunda. Ele há coisas!!!!
Theatro Circo - Braga
Faz hoje oito dias, estive em Braga no Theatro Circo a ver a apresentação da “Madame Butterfly” pela “Ópera Estatal de Ekaterinburg”. Na primeira vez que assisti a este tipo de espectáculos fora do Porto ou Lisboa, impressionou-me a beleza do equipamento. Acima da plateia, “varandas” de camarotes estão recheados a cadeiras de veludo encarnado. Toda a estrutura é adornada por relevos dourados. No meio do tecto um fantástico candelabro de inúmeros pingentes em cristal. Fiquei cliente.