Tenho sonhos cruéis; n'alma doente
Sinto um vago receio prematuro.
Vou a medo na aresta do futuro,
Embebido em saudades do presente...
Saudades desta dor que em vão procuro
Do peito afugentar bem rudemente,
Devendo, ao desmaiar sobre o poente,
Cobrir-me o coração dum véu escuro!...
Porque a dor, esta falta d'harmonia,
Toda a luz desgrenhada que alumia
As almas doidamente, o céu d'agora,
Sem ela o coração é quase nada:
Um sol onde expirasse a madrugada,
Porque é só madrugada quando chora.
quinta-feira, 1 de maio de 2008
Camilo Pessanha
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3 comentários:
"Vou a medo na aresta do futuro,
Embebido em saudades do presente" - Vive-se em função do futuro se se saborear o presente.
Excelente evocação
Abraço
P.
Hola Kermit!
Gracias por tu comentario en mi blog.
Me gusta mucho el tuyo.
Estuve en Lisboa hace unos años y me pareció preciosa, me encantaría conocer mejor Portugal, espero volver pronto.
Ana
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